"O Frevo está no sangue do povo"...



quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O nosso "Capiba" Potiguar: Dosinho

Aos 82 anos Dosinho, ainda luta pelo reconhecimento para quem se tornou um dos principais compositores de frevo Dôsinho, Dozinho, Dosinho. Nosso Capiba potiguar prefere Dosinho, simplesmente. Mas as três alcunhas estampam vinis que nem ele sabe ao certo quantos são. Uma participação aqui, um álbum inteiro ali e Dosinho construiu um catálogo de frevos-canções e marchinhas com alma de beco, de Carnaval de salão, de alegria solta e inocente. É que as marchinhas se revestem dessa magia que remete aos tempos da máscara e do lança-perfume, das chacotas inocentes. Que o diga o Zezé. Será que ele é?

Dosinho também é carnavalesco de vanguarda, mesmo aos 82 anos. Se uma ‘‘galera’’ faz Carnaval com o dinheiro público, Dosinho escreve marchinhas dos fatos do tempo-hoje. E o Carnaval tem mesmo esse poder de jogar decepções para o alto. Bin Laden também não escapou dos frevos de Dosinho e caiu na boca do povo, nos carnavais de Olinda. É que Dosinho ainda espera maior reconhecimento nesta terra que insiste em ver a banda passar sem olhar para seu umbigo.

Ainda assim, o carnavalesco reverencia em sua música a Natal do amigo Cascudo; a Natal dos blocos Bacurinhas, Jardim de Infância, Lords, a desfilar pela Avenida Deodoro. Época em que os assaltos pertenciam ao período momesco, com a ‘‘invasão’’ às casas alheias e confraternização carnavalesca: verdadeiros bailes improvisados. Dosinho é esse retrato vivo do frevo, de um capítulo dedicado aos carnavais da Natal antiga. Dosinho é essa cara de Brasil, de frevo, Carnaval e futebol, que segue a compor sua história, em texto sem prestígio na Natal dos axés e carnatais.

Se a canção de Capiba Madeira que capim não rói é tocada como hino em Recife por reverenciar pessoas e recantos da capital pernambucana, a linda marcha Tributo a Natal, de Dosinho, nunca figurou em qualquer rádio potiguar. O prestígio do carnavalesco potiguar é maior em Recife. ‘‘O pernambucano não acredita que componho como eles sendo de Natal’’, se orgulha. De fato. Dosinho foi parceiro de Capiba, foi gravado por Alceu Valença, Antônio Nóbrega e outros grandes do carnaval ou do frevo pernambucano.
Por: Redação do Diário de Natal

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A História do Frevo




O Frevo é um ritmo pernambucano derivado da marcha, do Maxixe da capoeira (luta e dança de origem africana). Surgido no Recife no final do Século XIX, o frevo se caracteriza pelo ritmo extremamente acelerado. Muito executado durante o carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevos, em que capoeiristas saíam à frente dos seus blocos para intimidar blocos rivais e proteger seu estandarte. Da junção da capoeira com o ritmo do frevo nasceu o passo, a dança do frevo.
Até as sombrinhas coloridas seriam uma estilização das utilizadas inicialmente como armas de defesa dos passistas.
A dança do frevo pode ser de duas formas, quando a multidão dança, ou quando passistas realizam os passos mais difíceis, de forma acrobática. O frevo possui mais de 120 passos catalogados.
Pode-se afirmar que o frevo é uma criação de compositores de música ligeira, feita para o carnaval. Os músicos pensavam em dar ao povo mais animação nos folguedos. No decorrer do tempo, a música ganha características próprias acompanhadas por um bailado inconfundível de passos soltos e acrobáticos.

A origem da palavra "Frevo"

A palavra frevo vem de ferver, por corruptela, frever, que passou a designar: efervescência, agitação, confusão, rebuliço; apertão nas reuniões de grande massa popular no seu vai-e-vem em direções opostas, como o Carnaval, de acordo com o Vocabulário Pernambucano, de Pereira da Costa.
Divulgando o que a boca anônima do povo já espalhava, o
Jornal Pequeno, vespertino do Recife que mantinha uma detalhada seção carnavalesca da época, assinada pelo jornalista "Oswaldo Oliveira", na edição de 12 de fevereiro de 1907, fez a primeira referência ao ritmo, na reportagem sobre o ensaio do clube Empalhadores do Feitosa, do bairro do Hipódromo, que apresentava, entre outras músicas, uma denominada O frevo. E, em reconhecimento à importância do ritmo e a sua data de origem, em 09 de Fevereiro de 2007, a Prefeitura da Cidade do Recife comemorou os 100 anos do Frevo durante o carnaval de 2007.